Pais não ajudam filhos a perder peso


Pesquisa na rede de Saúde de Ribeirão Preto revela falta de adesão da família e desistência da criança no processo de educação alimentar


MarianaPesquisa do projeto Qualidade de Vida, que atua no PAM (Posto de Atendimento Médico) 2, no Centro de Ribeirão Preto, constatou que os pais não ajudam no tratamento de obesidade dos filhos. O número de crianças e adolescentes atendidos pelo programa saltou 60% em relação ao ano passado, mas o principal problema das profissionais que atuam junto aos pacientes é a adesão dos pais.
Blog de crisete :PUERICULTURA, Crianças gordas já são o dobro das desnutridas, diz pesquisadorPara a pesquisa, apresentada no 16º Congresso da Anad (Associação Nacional de Assistência ao Diabetes), foram analisadas 30 fichas de triagem de crianças e adolescentes com idade de um a 17 anos que procuram atendimento no PAM 2. Dessas 30 avaliações, apenas quatro pais responderam que estavam interessados na reeducação alimentar dos filhos.
"O que percebemos é que os pais não ajudam as crianças a seguir suas dietas. Eles continuam fazendo guloseimas e isso não facilita a vida da criança que está em tratamento contra a obesidade", explica a nutricionista Andressa Kull Aguillar.
A pesquisa foi voltada para os fatores psicológicos e nutricionais que levam os pais a procurarem atendimento. Após constatar que os filhos estão acima do peso, os pais se preocupam com problemas de socialização e aspectos emocionais. Apenas sete, dos 30 avaliados, se preocupam com colesterol alto, triglicérides e diabetes.
"Se, por um lado, a pesquisa mostrou que a maioria dos pais procurou tratamento para os filhos por conta própria e não só depois de recomendação médica, os pais agem como se a obrigação de emagrecer seus filhos fosse só nossa", explica a terapeuta ocupacional do grupo  Juliana Silva Vinturé.
Além da dificuldade em obter a ajuda dos pais no processo de reeducação, o grupo ainda trabalha com a baixa adesão na continuidade do tratamento. Dos 41 pacientes que começaram o tratamento no ano passado, apenas 8 seguem com as consultas.
Uma delas é Kássia Helena Fagundes Vieira de Melo, 17 anos. A estudante conta que tem seguido a dieta à risca e já percebeu melhora no condicionamento físico com caminhadas. "Minha família tem histórico de obesidade, por isso acho importante me cuidar. Decidi seguir firme na dieta porque não estava feliz quando me olhava no espelho, ou quando ia comprar roupas", conta a adolescente.
eptv.com

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